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01/02/2015 - 18:48:23

São José antes de São José




 Afinal, o que existia nessas terras antes do glorioso ano de 1865 registrado no Livro de Atas dos fundadores?

São José do Rio Pardo surgiu em 1865, quando um grupo de fazendeiros doou para a Igreja Católica lotes de terra a fim de se construir uma pequena capela para os ofícios divinos. A igreja mais próxima ficava em Caconde e para se chegar até lá era quase um dia inteiro. Todo o processo de construção foi registrado minuciosamente em um Livro de Atas, até hoje conservado. Demorou muito tempo para que a capela fosse concluída e considerada legal pela Igreja e somente em 29 de maio de 1873 o Patrimônio de São José foi reconhecido. A data inicial do Livro de Atas – 4 de abril de 1865 – foi determinada como a data de fundação de São José do Rio Pardo.

Entretanto já existiam habitantes nessa região, moradores das primeiras grandes fazendas que tinham como delimitações geográficas os rios Pardo, Fartura, Peixe.

Bem antes de 1865, as fazendas aqui localizadas pertenciam à grande Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso do Rio Pardo, denominação eclesiástica de Caconde (fundada em 1775) e que era formada pelas áreas hoje estabelecidas por Divinolândia, São Sebastião da Grama, Tapiratiba e São José do Rio Pardo. Pode-se dizer que Caconde terminava em Casa Branca (fundada em 1813).

Documentos históricos da Câmara de Caconde denominam como Bairro Além-Rio Pardo ou Bairro Rio Pardo as terras aqui localizadas (bairro no sentido de um núcleo de propriedades rurais).


MEIO SÉCULO ANTES

Cinqüenta anos antes, em 1814, chegava por aqui o primeiro povoador, capitão Alexandre Luiz de Mello, vindo de Minas Gerais, que aqui se estabeleceu com sua família e escravos na margem direita do rio Pardo, local considerado então como “sertão inculto”.

Através de uma Carta de Sesmaria concedida pelo Governo de São Paulo em nome do Príncipe Regente Dom Pedro, o capitão Alexandre Luiz de Mello tornou-se proprietário das margens do rio Pardo, desde o rio Fartura até o rio do Peixe e mais as terras no rumo do sertão. A grande área somava doze léguas de extensão. As Cartas de Sesmaria, instituídas em 1375, eram instrumentos jurídicos portugueses que regulamentavam a distribuição de terras destinadas à produção.

Dentro de sua sesmaria, capitão Alexandre criou fazendas, a primeira delas chamada de Rio Claro e a outra Pouso Alegre, registrada em 1817. Anos depois, capitão Alexandre requisitou do governo monárquico outra faixa de terras que se estendia do rio Fartura até o rio Guaxupé. Ele recebeu a segunda Carta de Sesmaria em 1821. Também seus filhos Alexandre e Antônio Joaquim de Mello, na mesma época, por possuírem escravos e criação de gado também requereram uma sesmaria de duas léguas em quadra no sertão do rio Pardo.

Capitão Alexandre, que já possuía as fazendas Rio Claro e Pouso Alegre, em 1816 fez doação de parte de sua fazenda Rio Claro a seu filho Carlos Luiz de Mello, a fim de que ele formasse seu patrimônio para se ordenar padre. A Igreja naqueles tempos exigia que os clérigos tivessem posses.


NOVOS ENTRANTES

Nas últimas décadas do século 18, a principal riqueza do Brasil Colonial, a produção do ouro, entrara em declínio pelo esgotamento das jazidas.

Aos habitantes das zonas de extração em Minas Gerais, só restou como meio de subsistência e de fortuna a agricultura e a pecuária, ao lado de um incipiente comércio. Porém, as terras onde se localizavam as minas eram inviáveis para o plantio e para a criação de gado. Assim, pelos tão trilhados caminhos das minas de ouro, iniciou-se a migração para terras mais férteis. Famílias inteiras procuravam refúgio em outras regiões para iniciarem uma nova vida. Eram chamados os “bandeirantes de torna-viagem”. Muitos sentiram-se atraídos pelo Sul de Minas e se instalaram nas vilas da Campanha, Baependi, etc.

Desde 1807, com a retirada do destacamento policial sediado no Registro de Caconde, a divisa com Minas Gerais ficara desprotegida. Sem impedimentos, os mineiros, chamados de “entrantes”, atraídos pela beleza e fertilidade do vale do rio Pardo, começaram a se instalar na região, aposseando terras,

Com o passar dos anos, a grande sesmaria do capitão Alexandre Luiz de Mello e de seus filhos foi desmembrada, transformando-se em grandes fazendas adquiridas pelos novos “entrantes”.

Intensificando-se o povoamento, houve fragmentação das propriedades — os novos moradores adquiriram parte de terras dos primeiros possuidores e ou ocuparam enclaves de terras devolutas.

Uma das mais importantes e numerosas famílias aqui chegou por volta de 1830. Foi a família de Francisco de Assis Nogueira, vinda de Baependi. Ele adquiriu 700 alqueires de terras do capitão Alexandre Luiz de Mello e de seu filho, o padre Carlos Luiz de Melo, formou a grande fazenda do Pião do Rio Pardo, a qual, já no ano de 1835 deu o maior rendimento da região: 1.000$000. Francisco de Assis Nogueira, neste ano, era senhor de 32 escravos.

Depois, ele e seu filho adquiriram novas terras no Vale do Paranapanema e para lá se mudaram, fundando a cidade de Assis.

A Fazenda Pião do Rio Pardo foi vendida, transformada em outras grandes fazendas. Surgiram a Cachoeira do Lajeado (1830), conhecida como da Laje, Paragem do Córrego Grande (1845) e Sertão Grande do Rio Pardo (1848). Nos Registros Parochiaes de 1856 estão registradas a Fazenda Barra da Fartura (João Damasceno Negrão), Sertão Grande (Iria Leopoldina Nogueira e filhos) e Fazenda Monte Alegre (Félix José de Noronha Negreiros).


A CAPELA NA COLINA

Como se pode avaliar, a região chamada Bairro do Rio Pardo já tinha muitos moradores em 1865. Na grande área da Freguesia de Caconde, a maior concentração de casas estava ao redor da Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Caconde) e às margens do rio Pardo. A igreja era distante e os habitantes do lugar vislumbraram a construção de uma capela. O local escolhido foi uma colina banhada pelo rio Pardo que pertencia à fazenda da Laje.

João José de Sousa foi o primeiro a doar um alqueire de terras da fazenda para a edificação da capelinha.

Com essa doação mais a promessa de outros proprietários nesse sentido, os fundadores em reunião de 4 de abril de 1865 formalizaram os primeiros atos concretos para a criação da freguesia: a construção de uma capela-mor sob a invocação de São José, a eleição de Antônio Marçal Nogueira de Barros como diretor de obras e de procuradores para angariar donativos.

Por escrituras de junho de 1865 a promessa foi cumprida e o patrimônio de São José recebeu mais onze alqueires de terras da fazenda da Laje doados por José Teodoro Nogueira de Noronha, Antônio Marçal Nogueira de Barros, Cândido de Faria Morais e Cândido de Miranda Noronha completando os doze alqueires iniciais de terras.


O PRIMEIRO POVOADOR

Alexandre Luiz de Mello nasceu no arcebispado de Braga, Portugal, no ano de 1760. Em 1786 está no Brasil, precisamente em São João Del Rei, com sua esposa Ana Maria de Jesus e seu primeiro filho Alexandre.

Mais tarde, Alexandre Luiz de Mello — com sua família aumentada com os filhos Antônio, Manuel, Carlos, José, Francisco, Cândido e Maria — transferiu-se para a Villa da Campanha, onde em 1808 era Capitão de Ordenanças da Guarda Nacional e cidadão de destaque.

Por volta de 1814, o capitão Alexandre veio da Villa da Campanha e estabeleceu-se com sua família nas terras onde hoje está São José do Rio Pardo.








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